segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Novos fatos, velhas manchetes


Há quase dois anos que leio diariamente dezenas de notícias sobre questões ambientais e confesso que cada dia está sendo mais difícil escrever sobre. A sensação predominante é a mesma que o coordenador do Observatório do Clima e os membros da Vitae Civilis expressaram sobre a COP-19: Dejá Vu – duas ótimas leituras, aliás, recomendadíssimas.
Constantemente me vejo lendo matérias sobre o anúncio de 2011, 2012, 2013... como um dos anos mais quentes da história, aceleração do derretimento das geleiras,  catástrofes que vitimam milhões de pessoas e etc. E tudo isso regado a quase pouca ou nenhuma ação dos governos e nações que deveriam estar desesperados diante dos cenários catastróficos que se avizinham.  
São pautas quase tão certas na mídia especializa como as do o aumento das compras de Natal, acidentes de trânsito nos feriados ou o movimento das praias/parques/áreas de lazer aos finais de semana, na grande imprensa.
Infelizmente, porém, são matérias originadas de novos alertas, baseados em estudos inéditos, mas que no fundo, no fundo, cheiram a notícia velha. Tudo como dantes, ou pior. Ainda não encontrei a melhor fórmula de anunciá-las como se deve: com aroma fresco, a dose de urgência necessária e aquele leve gosto que leva a reflexão e, por consequência, a ação. Acho que é o sonho de todo jornalista que se iludiu com a ideia de que podia mudar o mundo: conseguir mexer um pouco com a vida dos seus leitores.
O sol nas bancas de revista
Me enche de alegria e preguiça
Quem lê tanta notícia?!        
(Alegria, Alegria - Caetano Veloso)
O que salvam os meus dias – e reciclam as minhas esperanças – é perceber que por baixo do alarmismo macro, existem pessoas (centenas, milhares, milhões) que de grão e grão procuram equilibrar suas vidas com as necessidades do planeta, na intenção de fazer desse mundo um lugar melhor.
Ps. Não consigo escrever pouco, mesmo estando a par de todas aquelas análises que dizem que internauta gosta mesmo de texto curto – eu mesma até gosto geralmente, mas só fico reflexiva mesmo com os gigantes que me trazem diferentes argumentos para reflexão.
Ps 2. Tenho uma lista de boas histórias de gente que está fazendo uma pequena revolução. Na sexta publiquei uma entrevista bem gostosa com a Camila Furtado, autora do texto “vou jogar metade da minha casa fora e viver melhor” (melhor resumo que esse, impossível). Para quem quiser se aprofundar, o EcoD  tem uma ótima seção chamada Inspire-se (tenho que vender meu peixe sim, mas sou daquelas vendedoras que só oferece os produtos de boa qualidade). Vale ainda passear pelas palestras do TED, cujo slogan é ideias que valem partilhar.

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