terça-feira, 5 de novembro de 2013

Ou oito ou 80

Foto: Raíza Tourinho

No meu post de retorno, expliquei um pouco como estou aplicando a sustentabilidade à minha vida.  A reciclagem foi uma iniciativa muito mais simples do que imaginava. Já outras mudanças como as fraldas, bem, as fraldas são outra história. No meu caso, minhas tentativas de transformar meu filho em um ecobaby ainda não são cases de sucesso.

Digo ainda porque, como em quase tudo, neste ramo a persistência é a chave do sucesso. A queridissíma Clara Côrrea (autora do Simplificando, blog que eu recomendo e sou fã) me presenteou a minha primeira ecofralda. As vantagens são de encher os olhos de qualquer mãe e, para não incorrer na ausência de qualquer uma delas, pego emprestado de uma matéria do EcoD:

  • Segundo a Procter & Gamble, empresa que fabrica a marca Pampers, uma criança chega a usar até 5.500 peças descartáveis até aprender o caminho do banheiro, que acontece por volta dos dois anos.
  • Como o Brasil ainda não possui um sistema de reciclagem desse material, todas as fraldas jogadas no lixo acabam em aterros espalhados pelo país, levando até 500 anos para se decompor.
  • A grande quantidade de polpa de celulose (e, consequentemente, de árvores abatidas), energia, água e produtos químicos usados na fabricação das fraldas, como dioxina, polipropileno (cobertura interna absorvente) e polietileno (parte externa impermeável), são outros agravantes que estão fazendo muita gente abandonar, mesmo que parcialmente, as fraldas descartáveis.
  • Além dos problemas ambientais, esses modelos podem reforçar o aparecimento de alergias e problemas de pele, já que a criança acaba ficando mais tempo com a peça do que o recomendado pelos médicos – que é de uma troca a cada evacuação.
  • Por fim, os adeptos das reutilizáveis defendem seu uso pela economia. Uma conta feita pela Fralda de Pano Gira Mundo mostra que os gastos com fraldas descartáveis podem chegar a quase R$ 4.700,00 em dois anos, enquanto que o uso de reutilizáveis não ultrapassa R$ 1.700,00 no mesmo período (incluindo os custos de água, sabão e energia elétrica utilizadas para a lavagem).


Nem tudo que reluz

Em relação as desvantagens, pode deixar que eu mesma conto. Então, quando Pepeu nasceu eu tinha um baby, uma pilha de roupas para lavar e uma fralda que tem um pano absorvente tão grosso que é um pesadelo para quem utiliza as próprias mãos como esfregão.

Sendo assim, posterguei ao máximo utilizar a dita-cuja, pois, embora a orientação da fabricante seja a lavagem na máquina, todas as outras roupas do bebê só devem ser lavadas à mão e colocar uma só fralda na lavadora de roupas (também não deve misturar com as nossas) mandaria todo o conceito de sustentabilidade para o beleléu.

Só agora, que conseguimos comprar outros três exemplares (para o bebê, 20 bastam para a infância toda), que deu para usar com mais frequência, até mesmo porque eles recomendam trocar de duas em duas horas por não conter aquele gel que deixa o bebê mais seco. Mesmo assim , há situações em que não dá para correr o risco de ter que "guardar" cocô, como saídas e após vacinas nas quais o vírus é expelido vivo. 

Moral da história 

De toda sorte, escolhi mesclar o uso dos dois tipos de fraldas, uma vez que ganhamos fraldas descartáveis suficientes no chá de bebê para não nos preocuparmos com isso algum tempo, e com as ecológicas deixamos nosso bebê mais natural, amenizando ainda o (grande) impacto das descartáveis. 

Assim, minha principal lição enquanto "iniciada" na sustentabilidade doméstica é justamente o bom senso. Ser sustentável não é ser "ecochato radical", mas inserir ao máximo em sua vida os conceitos para torná-la mais respeitosa com o ambiente ao redor.

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