Foto: Raíza Tourinho
Digo ainda porque, como em quase tudo, neste ramo a persistência é a chave do sucesso. A queridissíma Clara Côrrea (autora do Simplificando, blog que eu recomendo e sou fã) me presenteou a
- Segundo a Procter & Gamble, empresa que fabrica a marca Pampers, uma criança chega a usar até 5.500 peças descartáveis até aprender o caminho do banheiro, que acontece por volta dos dois anos.
- Como o Brasil ainda não possui um sistema de reciclagem desse material, todas as fraldas jogadas no lixo acabam em aterros espalhados pelo país, levando até 500 anos para se decompor.
- A grande quantidade de polpa de celulose (e, consequentemente, de árvores abatidas), energia, água e produtos químicos usados na fabricação das fraldas, como dioxina, polipropileno (cobertura interna absorvente) e polietileno (parte externa impermeável), são outros agravantes que estão fazendo muita gente abandonar, mesmo que parcialmente, as fraldas descartáveis.
- Além dos problemas ambientais, esses modelos podem reforçar o aparecimento de alergias e problemas de pele, já que a criança acaba ficando mais tempo com a peça do que o recomendado pelos médicos – que é de uma troca a cada evacuação.
- Por fim, os adeptos das reutilizáveis defendem seu uso pela economia. Uma conta feita pela Fralda de Pano Gira Mundo mostra que os gastos com fraldas descartáveis podem chegar a quase R$ 4.700,00 em dois anos, enquanto que o uso de reutilizáveis não ultrapassa R$ 1.700,00 no mesmo período (incluindo os custos de água, sabão e energia elétrica utilizadas para a lavagem).
Nem tudo que reluz
Em relação as desvantagens, pode deixar que eu mesma conto. Então, quando Pepeu nasceu eu tinha um baby, uma pilha de roupas para lavar e uma fralda que tem um pano absorvente tão grosso que é um pesadelo para quem utiliza as próprias mãos como esfregão.
Sendo assim, posterguei ao máximo utilizar a dita-cuja, pois, embora a orientação da fabricante seja a lavagem na máquina, todas as outras roupas do bebê só devem ser lavadas à mão e colocar uma só fralda na lavadora de roupas (também não deve misturar com as nossas) mandaria todo o conceito de sustentabilidade para o beleléu.
Só agora, que conseguimos comprar outros três exemplares (para o bebê, 20 bastam para a infância toda), que deu para usar com mais frequência, até mesmo porque eles recomendam trocar de duas em duas horas por não conter aquele gel que deixa o bebê mais seco. Mesmo assim , há situações em que não dá para correr o risco de ter que "guardar" cocô, como saídas e após vacinas nas quais o vírus é expelido vivo.
Moral da história
De toda sorte, escolhi mesclar o uso dos dois tipos de fraldas, uma vez que ganhamos fraldas descartáveis suficientes no chá de bebê para não nos preocuparmos com isso algum tempo, e com as ecológicas deixamos nosso bebê mais natural, amenizando ainda o (grande) impacto das descartáveis.
Assim, minha principal lição enquanto "iniciada" na sustentabilidade doméstica é justamente o bom senso. Ser sustentável não é ser "ecochato radical", mas inserir ao máximo em sua vida os conceitos para torná-la mais respeitosa com o ambiente ao redor.
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