quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Revendo conceitos: berço a berço

Muito bom o post de Denis Burgieman sobre o livro “Cradle to Cradle” (berço a berço), de William McDonough e Michael Braungart. Um novo modelo produtivo proposto no livro, explicitado de forma muito elucidativa por Denis, é bastante interessante e provoca reflexão. Afinal, porque as coisas são com são? Sabemos até a exaustão os perigos que o modelo de desenvolvimento atual traz a humanidade, mas somos cômodos demais para fazer qualquer esforço de mudança. É muito mais fácil ficar sentado no sofá reclamando, achando os ambientalistas chatos. O bom de Cradle to Cradle é que propõe um modelo aparentemente simples e que não mexe muito com o modelo de consumo atual. É o tal do Desenvolvimento Sustentável. Deu muita vontade de ler o livro, mas não consegui encontrar nas livrarias daqui. Enfim, leiam um pouco do post:

Quando fabricamos um produto, nossa única preocupação é como chegar ao consumidor. Ninguém quer nem sabe se os produtos químicos usados são voláteis e cancerígenos. Ninguém nem liga se, após o uso, o negócio vai ter que passar 300 mil anos ocupando espaço num aterro sanitário. Ninguém se interessa pelo que acontece depois.

O resultado disso é que produzimos lixo numa quantidade que supera qualquer outro produto. E esse lixo é uma mistureba de milhares de substâncias diferentes – tão bem misturadas que é impossível recuperar qualquer coisa. Já que não dá para reaproveitar, toca a retirar mais recursos da natureza.

Para resolver esse problema, o livro propõe uma divisão básica entre as matérias-primas que a humanidade emprega. Há apenas dois tipos: aquelas que são “nutrientes biológicos” e as que são “nutrientes técnicos”. Nutriente biológico é matéria orgânica, que pode ser digerida e reintegrada aos ecossistemas. Nutriente técnico é aquele que, mesmo após o uso, continua tendo valor para a indústria. Por exemplo: metais e outros materiais valiosos. Nutriente biológico alimenta o metabolismo biológico, nutriente técnico alimenta o metabolismo técnico.

A coisa mais importante é separar um tipo de nutriente do outro, para que continue disponível ao respectivo metabolismo. Só que, hoje em dia, quase todos os produtos que você encontra no supermercado misturam ambos. O resultado é uma contaminação que torna impossível o reaproveitamento. Complicado? Talvez dois exemplos simples ajudem a tornar mais concreto:

exemplo 1 – todas as embalagens de alimentos poderiam ser feitas de “material comestível”. Comestível por gente ou mesmo pelo jardim. Não há nenhuma razão para uma bolacha que é comida em 3 segundos deixe na Terra uma embalagem que ainda vai existir quando o seu tatatatatatatatatataraneto vier ao mundo. A embalagem poderia ser projetada para durar só um pouquinho mais do que o produto. Depois, quem sabe, você pode jogá-la no mato e ela vira nutriente para a terra. Para isso, claro, não dá para contaminar a embalagem (nutriente biológico) com metais pesados (nutriente técnico).

Interessante, não? Leia o post na íntegra.

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