quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Caetité e o Carnaval


Numa definição simplória poderíamos dizer que a função do jornalismo é informar. E, pasmem, acontecimentos a serem informados surgem também no período do carnaval e nem sempre está vinculado à festa. O Correio* meio que esqueceu disso durante a folia, na Segunda e Terça- feira o jornal não circulou e na Quarta o jornal foi especialmente dedicado ao Carnaval.
Já o A Tarde apesar das manchetes eletrizantes durante o Carnaval, com direito a capas sobre músicas carnavalescas e participantes de reality show, ao menos teve algumas notícias sobre o mundo além-avenida.
Na edição impressa do Domingo, entre outros, o jornal continuou a cobertura sobre os poços contaminados em Caetité. Desta vez, a matéria denunciou o consumo da água dos poços contaminados apesar da interdição pelo INGÁ (Instituto de gestão das Águas). A reportagem intitulada "escassez de água leva moradores de Caetité a violar poço interditado", retrata a complexidade da situação ao mostrar que os moradores consomem a água contaminada por não possuir alternativas, ao mesmo tempo em que prefeitura reconhece que água dos carros-pipas é insuficiente mas não há verba para aumentar a distribuição.
A ressalva da matéria fica por conta da falta de maiores confrontos. Afinal como pode uma região que abriga uma das maiores indústrias do Brasil, sofrer por falta de recursos?
Em um outro ponto a reportagem ressalta o desconhecimento dos moradores sobre os perigos da radiação, que afirmam que se nunca sofreram nada na vida todo, porque motivo sofreriam agora. Um ótimo questionamento que a matéria nem se deu o trabalho de responder. Jornalismo de verdade não se restringe a relatar fatos, entre outras quesitos fundamentais, o jornalismo deve informar.

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